sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

CHALTEN - TEMUCO








Bem pertinho do Hotel Micasa,  onde estávamos hospedados, ficava o porto. Então chegamos rapidinho e facilmente os funcionários da Naviera Austral deixaram a moto totalmente imobilizada para as 9 horas de navegação.
Saímos pontualmente e logo de "cara" ficamos entediados. É muito lento... sem graça. Durante todo o percurso era possível ver ao longe montanhas e alguns picos nevados.
Uma coisa super bacana foi encontrar o João  Livoti, meu amigo e companheiro dos primeiros Enduros realizados no estado do Paraná, nos anos 80 (não  façam as contas kkk ), grande aventureiro com milhares de KMs na bagagem. Ele e o Luiz César estão fazendo um trajeto muito semelhante ao nosso. Infelizmente, o Luiz teve problemas com a moto e estava aguardando outra balsa em Puerto Chacabuco. Esperamos que tudo se resolva rapidamente.
O longo e lento trajeto nos permitiu relembrar histórias e trocar muitas informações sobre destinos já realizados e projetos em andamento. Sempre estamos com alguns projetos em mente, mesmo enquanto estamos realizando um, continuamos a pensar nos próximos..." vida breve...."
O tempo por fim passou rápido! !
Assim que chegamos em Puerto Montt, nos despedimos do Livoti,  colocamos a "fantasia " e prosseguimos por 390 km até a cidade de Temuco. O sol nos acompanhou até  às  22 horas e nos obrigamos a prosseguir por 1h à noite, a única vez nesta viagem.
Amanhã, revisão da moto em Concepcion.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

PUERTO CISNES - CHALTEN

PUERTO CISNES - CHALTEN

O percurso de hoje foi mais curto. Sabíamos que seriam nossos últimos kms na Carretera Austral, que por sinal, está  totalmente em obras. Isso complicou um pouquinho o percurso, porque exigiu períodos de espera em alguns pontos da estrada. Outra coisa que me deixou um tanto desconfortável foi a grande quantidade de pedras soltas, redondinhas  e que me davam a sensação de instabilidade, mas o Plininho me disse que estava tudo tranquilo e que eu poderia relaxar. Na verdade, eu achei o pior trecho da Carretera, as obras estão bem intensas. Acredito que em bem pouco tempo não haverá mais um único km de rípio na Carretera Austral. Já é bem significativa a extensão pavimentada.
Chegamos perto das 14h em Chalten. Um lugarzinho super pacato e sem nada para fazer, então procuramos um lugar para almoçar  (fomos mal sucedidos) e depois demos uma caminhada. Não nos restou outra coisa a ser descansar no hotel. Ficamos com a sensação de termos errado no planejamento, pois haveria tempo hábil para termos ido até  Caleta Gonzalo e de lá prosseguirmos para Puerto Montt. Teríamos adiantado um dia nossa chegada em Concepcion, onde está  agendada uma revisão na BMW.
Bem pertinho do hotel fica o vulcão que há alguns anos atrás entrou em erupção. Inclusive, permanentemente se vê uma fumacinha  saindo... O dono do hotel nos contou que toda a população deixou a cidade. Ele só retomou os negócios e a vida em Chalten cinco anos depois. Também comentou conosco que o turismo é forte em dezembro, janeiro e fevereiro. Depois é bem parado. Talvez esse seja o motivo de custar 90 dólares a diária, uma forma de compensar o longo período de baixa atividade.
Amanhã prosseguiremos numa embarcação da Naviera  Austral, onde navegaremos por cerca de 10 horas até Puerto Montt. Pelo ritmo com que conduzimos  nossas viagens, amanhã será muuuito monótono.






terça-feira, 5 de janeiro de 2016

COYHAIQUE - PUERTO CISNES



Após um dia super agradável em Coyhaique junto ao amigo Tarlom e uma hospedagem muito acolhedora dos anfitriões Tin e Mercedes, prosseguimos rumo à Puerto Cisnes. Muitos e muitos "cerros" permearam todo o nosso caminho de hoje. Um verde exuberante, além de flores coloridas e perfumadas, davam um toque todo especial! Logo na saída começamos a descer uma Ruta toda pavimentada e vi que não se tratava da 7, então pedi para o Plininho regressar e pegarmos a rodovia "certa". Agora era rípio, mas achamos estranho, pois tínhamos a informação de que seria asfalto até quase Puerto Cisnes. Bem adiante, em um cruzamento, percebemos que ali era o encontro da rodovia que fiz o Plininho abandonar... Mas ele encarou numa boa e ainda aceitou voltar 40 km para que pudéssemos conhecer esse trecho também. Encontramos diversos motociclistas, assim como ciclistas indo para a direção sul. Confesso que tive uma pontinha de tristeza, pois prosseguir ao norte significa ir se despedindo lentamente da Patagônia. Faltando uns 30 kms para chegar a Puerto Cisnes acabou o asfalto. Chegamos a um pueblito de pescadores e que oferece uma boa estrutura para o emergente turismo patagônico. Amanhã seguiremos à Chaiten e de lá navegaremos por aproximadamente 10 horas rumo à Puert Montt.








Puerto Bertrand a Coyhaique

No Green Baker Lodge,  amanheceu um pouco mais frio, saímos às 8h da manhã sob um céu limpo e com 7 graus,  alguns kms a frente e a temperatura estabilizou na casa dos 14 graus e ficou bem mais agradável a pilotagem. Nosso objetivo era percorrer  280km até Coyhaique, a maior cidade da Carretera Austral. O rípio da Carretera está muito bem compactado e percebe-se que o Governo chileno está investindo pesado nessa região. O que nos impressionou, para pior, foi a velocidade elevada com que os carros estão circulando por aqui, como o estado do caminho está muito bom, permite-se andar a velocidades maiores e isso torna as coisas um pouco mais perigosas. Aprendemos que “o homem patagônico não se acidenta porque sabe que não haverá socorro”. Essa frase me pareceu meio sem sentido nesses tempos de muito movimento e excesso de velocidade. Uma das coisas que me impus, desde a primeira vez que enfrentei o temido “a” rípio na Argentina em 2006, foi estabelecer uma velocidade limite, de 80km/h mesmo quando “parece” ser possível andar mais rápido. De moto, não importa a sua experiência ou habilidade, o rípio, assim com as grandes altitudes das Cordilheiras, tem humor próprio, e sempre poderá  haver  uma surpresa pelo caminho (um banco de areia, buracos etc...) Com a BMW preciso sempre me cuidar para continuar fiel ao meu auto imposto limite de velocidade, a sensação de segurança é incrível e facilmente pode-se estar a 100...120km/h...
Ao passarmos por Puerto Tranquilo, confirmamos, a Ruta 7 nunca mais será a mesma!  Em 2007 Puerto Tranquilo era um amontoado de casas, uma bomba de gasolina  e um punhado de barcos oferecendo passeios para a Capillas de Marmol ( Capelas de Mármore – Incríveis....mas não fomos dessa vez..) Agora, um Posto Copec, com cafeteria, e dezenas de pousadas e Quiosques oferecendo passeios as Capelas, caminhadas pelo Gelo, Treking.....Mais alguns Kms e encontramos centenas de trabalhadores e maquinas abrindo a estrada e a preparando para asfaltar. Os últimos 100km para chegar a Coyhaique  já estão todos asfaltados.
Em Coyhaique nos aguardava o Tarlom, amigo de longínqua data e companheiro de inúmeras outras aventuras. Nossas agendas não foram compatíveis  para viajarmos juntos  dessa vez, então,  combinamos de no decorrer da viagem  coincidiríamos nossos destino em algum ponto.  Passamos o resto do dia juntos, nos hospedamos em uma casa de um casal chileno que conseguimos pelo Air B&B e ficamos até perto da meia noite, petiscando, e jogando conversa fora.  Um belo encontro!
Plinio









CARRETERA AUSTRAL!!

Mais um dia acordamos  cedo, seu auxílio do despertador,  e saímos de Puerto Bertrand em direção a Cochrane, 60km,  para tomar café, abastecer a moto e sacar pesos chilenos . A Ruta 7 está muito mais movimentada do que quanto aqui estivemos pela primeira vez em 2007, é impressionante o quanto o turismo evoluiu trazendo consigo muito mais opções de hospedagens, alimentação e recursos (isso sempre tendo em conta as referencias anteriores e sem esquecer que estamos em um local remoto e selvagem). Cochrane é uma cidadezinha  que conta inclusive com internet livre na praça principal, uma iniciativa chilena que percebemos em várias outras localidades, dois postos de combustível, escola, hospital, enfim traz alguns recursos para toda uma população que vive ao redor.  Aproveitamos ainda o nosso dia livre, para andar por algumas outras estradinhas da região e avançamos alguns KMs em direção ao Paso Roballos que é uma outra divisa entre Chile e Argentina. Andar pela Patagônia é ir em direção ao infinito!  A imponência das montanhas e as imensidões transportam as referencias para uma outra escala, apesar da beleza, as fotos não conseguem retratar esse sentimento. A Carretera Austral  serpenteia por dentro da Cordilheira dos Andes, não se deve ter pressa por aqui, o trajeto é mais importante que o destino.
Plinio











ESTÂNCIA SANTA THELMA - PUERTO BERTRAND

Acordamos bem cedo para nosso destino do dia: Green Baker Lodge, em Puerto Bertrand. Lugar que eu esperava publicar o texto do dia primeiro de janeiro. Mas lá também não conseguimos conexão.
 Vamos lá para o relato do dia 02/01/2016. O Plinio queria entrar pelo Paso Roballos e eu queria muito passar novamente pela linda região de Chile Chico. Um dos lugares de beleza quase indescritível. Dá para considerar essa região como o prelúdio de tantas paisagens belíssimas que a Patagônia chilena brinda a quem vai visitá-la. O Lago General Carrera, no lado chileno, ou o também chamado Lago Buenos Aires no lado argentino, é o ponto central de grande parte do percurso. Estamos falando do segundo maior lago da América do Sul, perde só para o Titicaca. Sua cor atrai permanentemente o olhar (principalmente de quem não está dirigindo ķkkkk). As estradinhas que vão margeando o Lago exigem muita atenção e precaução por parte do motorista, pois em muitos lugares oferece grande perigo, sem margem para erro. Fomos prosseguindo sem sentir o tempo passar, sem sentir o fato de que não havíamos parado para almoçar, sem sentir o percurso no rípio, enfim, toda aquela beleza nos deixava absortos, em estado de "graça".
Durante o percurso ficava lembrando das pessoas da família, de amigos, de gente que ama viajar e desejando fortemente que tenham a oportunidade de virem e curtirem esse lugar. Era um fluxo intenso de imagens que gerava igualmente um fluxo grande de pensamentos. Então, por vezes, eu tinha que tentar "arrefecer" e, ao invés de tanta inquietação, tentando fotografar tudo, tentando eternizar cada imagem, apenas apreciar e curtir o privilégio de estar percorrendo metro à metro aquele território que tanto me atrai.
Da outra vez que estivemos aqui ouvi que "quien se apura en la Patagonia pierde su tiempo”. Eu concordo, aqui é ambiente para contemplação e ponto final.











l.